Estatuto do Idoso, previsão de serviços de atendimento, fortalecimento de vínculos familiares estabelecido na rede de proteção social básica, Serviço de Proteção Social Especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias. Essas são algumas das conquistas que puderam ser celebradas ontem, 1º de outubro, Dia do Idoso, uma data que serve para reforçar as conquistas alcançadas por essas pessoas que reúnem aprendizado, experiência e muita história para contar, como alguns representantes da advocacia sergipana.
Um desses profissionais é Edna Pereira dos Santos, 67 anos. Ela atuava como auditora tributária do estado e trabalhava com Direito Tributário, área que sempre a atraiu. Foi então que decidiu cursar Direito, pois, assim, poderia aprofundar-se ainda mais em algo que já gostava tanto. “Já estava próxima da aposentadoria quando retornei à sala de aula. A missão nobre da advocacia é algo fascinante, particularmente acredito que o advogado é responsável por inovar o Direito, pois é ele quem cria as teses para defender o seu cliente”, afirma Edna.
Para ela, a própria rotina a renova, fazendo-a sentir mais jovem, produtiva, dinâmica. “Ao invés de colocar na gaveta os conhecimentos que já havia somado na minha vida profissional e de estudante, o que fiz foi agregar. Nesta jornada, recém-formada em Direito, fui além, pois, alguns meses depois, surgiu um concurso na Universidade Federal, e logo estava dando aula de Direito Tributário, Processual Tributário e Teoria do Estado, o que me deixou ainda mais realizada”, comemora a advogada.
A também advogada Maria Carmem Alves, 81 anos, foi ainda mais longe: já estava aposentada como pedagoga quando decidiu voltar aos estudos e cursar Direito. “Essa área sempre foi uma de minhas paixões. Tive grandes colegas de turma neste período, a exemplo de Déda e César Brito, pessoas dedicadas aos estudos das leis. Concluí o curso em 1985 e já são 32 anos de dedicação à advocacia”, conta.
Durante um bom período, além de advogar, Maria Carmem também se dedicou, juntamente a outras nove colegas, ao trabalho de assistência jurídica gratuita, no mesmo prédio onde hoje é a Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe – CAASE -, antiga sede da OAB. “Essa ação era voluntária, mas me dava um enorme prazer. Sentia-me útil, pois era algo muito procurado pela população sergipana. A advocacia é uma paixão até hoje, uma área valorosa, um trabalho que dignifica não somente o advogado, a advogada, mas a OAB como um todo”, ressalta.
O advogado Luiz Carlos Alves Fernandes, 71 anos, concorda. “Minha intenção inicial não era ser advogado militante. As circunstâncias me levaram por esse caminho e conforme o tempo passava mais interessado estava nos desafios da profissão que exerço até hoje com grande empenho e dedicação”, lembra Luiz. A primeira formação dele foi em Ciências Contábeis e Administração e, em 1982, concluiu o Curso de Direito na Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo.
“Essa formação me levou muito mais longe, pois abriu a oportunidade para atuar como advogado. Acabei assumindo o setor jurídico da fábrica da Garoto, onde trabalhava e permaneci durante 15 anos. Passei pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo e lá atuei por 10 anos, entre outros órgãos e instituições do país”, destaca o advogado.
Assim como os demais colegas, o advogado José Paulo de Barros Melo, 78 anos, é movido pelos desafios que a profissão impõe. “Costumo dizer que somos iguais a andar de bicicleta: se parar, cai. Então não podemos parar. Esse é o segredo. Gosto de me sentir útil e o trabalho para mim é parte integrante desta vida ativa”, afirma. Os aprendizados foram adquiridos ao longo dos 33 anos de carreira na Advocacia e se tornaram seu lema na vida profissional.
“Retornar à universidade já maduro me fez rejuvenescer, pois o contato com pessoas mais novas tem esse poder. A Advocacia me proporcionou grandes encontros e amizades, um trabalho fascinante, pois é uma profissão em que de fato nos sentimos úteis às pessoas na resolução de inúmeras questões. Hoje, se me perguntar, digo sem qualquer dúvida, não penso em parar, pois isso é o que me move e me mantém vivo em todos os sentidos”, enfatiza.
Em uma área que se atualiza a cada dia, Edna, Maria Carmem, Luiz Carlos e José Paulo são a prova de que idade é só um número e de que, no fundo, o que todos querem mesmo é poder um dia celebrar o 1º de Outubro com tamanha vitalidade!