Nessa terça-feira, 20, a diáspora das lutas do feminismo negro foi o assunto abordado no terceiro dia de realização do ciclo de palestras “Pensamento de Mulheres Negras: vivência, militância e estudos”, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe.
Realizado virtualmente pelo Grupo de Trabalho “Raça, Gênero e Etnia” da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE, em parceria com a Comissão de Igualdade Racial, o evento foi transmitido ao vivo pelo canal da OAB/SE no YouTube (www.youtube.com.br/oabse).
A oportunidade contou com a presença da presidente da Comissão, Adélia Pessoa; com a abertura da coordenadora do GT, Carla Caroline Silva; e com a mediação da gerente de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Assistência Social de Aracaju, Laila Oliveira.
“O racismo e machismo estrutural ditam quais corpos devem viver e quais devem morrer, onde mulheres negras têm sido sistematicamente eliminadas. Não podemos falar de democracia enquanto não houver direitos e dignidade para todas as pessoas”, disse Laila.
A palestrante da noite foi Sirlene de Assis, ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia, feminista negra e ativista de direitos humanos. Em sua explanação, ela lembrou que é muito antiga a luta de mulheres negras pelo reconhecimento como sujeitas de direitos.
Sirlene pontuou que as lutas e vozes de mulheres negras só têm sido possíveis com o efetivo exercício da militância social, do feminismo negro e da ocupação de espaços políticos. Para ela, é urgente transformar os espaços de poder em prol dos grupos historicamente subjugados.
“O racismo e o patriarcado vem dizimando há séculos vidas e sonhos de mulheres negras, que têm se reinventado para construir narrativas de direitos e igualdades. Quando elas se empoderam, todo um coletivo que está a seu redor se desenvolve e avança”, explicou.
A palestrante ressaltou a necessidade de amefricanizar as estruturas de poder com um enfrentamento direto, concreto e permanente ao genocídio, em todas as suas dimensões, pois a opressão interseccional (de gênero, raça e classe) não é um fenômeno unitário; é estrutural.
Além de ponderar a correlação entre o Feminismo Negro e o Direito, Sirlene afirmou que o protagonismo das mulheres negras na militância social é um dispositivo que conduz as mulheres negras à resistência e à luta em prol da emancipação coletiva.
Para assistir o evento completo, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=WmVb26VMrCA
Próximo evento
A última palestra acontecerá no dia 27 de julho, com a explanação de Vilma Reis, socióloga, ativista do Movimento Mulheres Negras, defensora de direitos humanos e doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos. A transmissão ocorrerá através do www.youtube.com/oabse.