O II Colóquio Virtual de Conscientização da Violência contra Pessoa Idosa foi promovido neste mês com sucesso. Realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, o evento aconteceu, em alusão ao “Junho Violeta”, por quatro dias distintos: 01, 08, 10 e 15.
“Junho Violeta” representa o mês de combate à violência contra a pessoa idosa e, em todo o mundo, a mobilização visou fomentar o reconhecimento das pessoas idosas como sujeitos de direitos, difundido os canais de denúncia e buscando a sensibilização da população sobre o tema.
Em alusão à campanha, o evento – idealizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da OAB – teve o propósito de alertar sobre o aumento de casos de violência contra as pessoas idosas na pandemia. O abandono afetivo inverso foi o tema do primeiro dia do colóquio.
Para falar sobre o tema, o primeiro dia do evento contou com a explanação do psicólogo, Janilson Teixeira. Em sua fala, ele explicou o conceito de abandono inverso (são os casos nos quais os filhos abandonam os pais) e citou quais ênfases a pandemia tem dado ao problema.
“O convite que deixo é: nos curemos para nos curar. Que resolvamos os nossos traumas para não mais traumatizar. Que sejamos o novo que queremos ver no mundo. É isso que eu desejo para um colóquio tão rico e brilhante. Que sejamos a paz que queremos ver no mundo”, disse.
“Esse evento trouxe a essência do que realmente é envelhecer e do que é o tratamento em relação à reciprocidade. Geralmente o idoso fica no esquecimento. Ninguém quer dialogar para saber o que ele está sentindo”, disse a presidente da Comissão, Lenieverson Santana.
No dia 08, a violência contra a pessoa idosa e o distanciamento social nos condomínios foram os assuntos abordados na explanação ministrada por Weslânia Paz, assistente social de formação, funcionária pública, consultora condominial e idealizadora do Projeto Gabi.
“A pessoa se não for muito sociável, praticamente vive em um quadrado isolado. Tratando-se de uma pessoa idosa, que já requer atenção de outro cuidado, a gente percebe que a pandemia causou um agravamento muito maior dos vínculos e da violência”, disse Weslânia.
No dia 10, Alexandre Cardoso, médico intervencionista, professor universitário, médico do SAMU Sergipe e médico da Saúde da Família da Prefeitura Municipal de Aracaju, falou sobre aspectos relativos à violência contra a pessoa idosa na área da saúde em tempos de pandemia.
“Sou um defensor de todas as possibilidades de luta contra qualquer tipo de violência, então por isso aceitei vir falar aqui sobre o tema”, afirmou. Em sua palestra, Alexandre falou dos fatores de risco, dos tipos de violências, dos meios de prevenção, dos impactos, entre outros.
No dia 15, último dia do colóquio, Manoel Costa Neto, juiz titular da Comarca de São Cristóvão e professor da Universidade Tiradentes, ministrou uma palestra sob a temática “A aplicação penal na violência contra pessoa idosa e em tempos de pandemia”.
“Como tratamos os membros mais vulneráveis? Como são tratados crianças, idosos, homossexuais, entre outros? Nossa sociedade está apodrecida e precisamos fazer uma revisão de nossos conceitos para chegarmos a um patamar de sermos seres humanos”, disse.