Dando continuidade às ações da entidade pelo enfrentamento à microcefalia no Estado, a Comissão da Infância, Adolescência e Juventude da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, realizou nesta terça-feira, 19, um seminário sobre o assunto. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, até fevereiro deste ano foram notificados 272 casos da doença em Sergipe.
Com os propósitos de discutir a saúde e a assistência social dos municípios sergipanos e de intensificar as ações voltadas para o atendimento às demandas das crianças com microcefalia, o Seminário colocou em debate a notificação compulsória, o fluxograma de atendimento, a reabilitação, o Beneficio de Prestação Continuada e a assistência social nos casos da doença.
O seminário é resultado de reuniões ocorridas a partir de uma discussão do grupo que foi criado pela Comissão após a audiência pública realizada pela OAB/SE sobre o assunto.
O grupo, composto por membros da Comissão e alguns técnicos das redes de saúde e de assistência do Estado, tem o propósito de construir ferramentas para o fortalecimento do trabalho das equipes de atendimento às crianças e às famílias vítimas da doença.
Para a integrante da Comissão da Infância, Adolescência e Juventude da OAB/SE, Lilia Socorro Bomfim de Souza, o encontro foi extremamente positivo porque “além de intensificar as ações de auxílio às famílias e às crianças com microcefalia, o evento deu as oportunidades de termos uma aproximação maior com outras áreas e de ouvir outras falas e experiências”, considerou.
O evento contou com a presença de médico geneticista e representantes da Secretaria da Saúde; do Hospital Universitário; da Secretaria Municipal de Saúde; e da Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e Diretos Humanos.
Na ocasião, o médico geneticista da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e do Centro de Especialidades Médicas da Criança e do Adolescente, Emerson Santana, abordou as causas da doença e as consequências das mudanças das gestões municipais, e fez um panorama dos casos de epidemia no Estado. De acordo com ele, a epidemia está, atualmente, controlada.
“Hoje, a situação está sob controle, mas, por volta de outubro e novembro de 2015, a gente viveu um momento muito difícil aqui do Estado. Esse ano, apenas um caso de microcefalia foi notificado, sendo que já foi descartado como um caso da doença”, afirmou Emerson.
No seminário, a assistente social do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Diná Menezes, Luziijan Aragão, enfatizou a importância da intersetorialidade como um dos principais objetivos do evento. “Esse é um momento ímpar porque muitas vezes somos embargados apenas no fazer e não há articulação com outras profissões e políticas públicas”.