Em defesa da efetivação da igualdade de direitos e em comemoração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado no dia 9 de agosto, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Sergipe – OAB/SE, reafirmou nesta sexta-feira, 19, a responsabilidade e o papel dos cidadãos na busca da garantia diária da autodeterminação e dos direitos humanos às etnias indígenas.
Em uma palestra aberta a toda sociedade, o escritor, ambientalista e conferencista de origem indígena caiapó, do grupo dos txucarramães, Kaká Werá, defendeu a importância da ecologia dos saberes; colocou em discussão a origem e a evolução dos povos tupis no Brasil; e fez uma reflexão sobre os espaços de autonomia e de expressão subjetiva dos indígenas atualmente.
De acordo com Kaká, a ancestralidade tupi, ao longo de 12 mil anos, atravessou por três fases: a etapa de organização enquanto cultura; a fase de expansão da tradição indígena; e a fase de agressões cultural, social e física aos nativos. “Hoje, 516 anos depois de uma mentalidade baseada na ganância, os povos indígenas ainda são considerados seres sem cultura”, afirmou.
Para a presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB/SE, Kellen Muniz, os valores ancestrais precisam ser resgatados pela sociedade como um reconhecimento das diferenças e da importância de valorização à vida. “’O homem é um ser integrado ao meio ambiente’: isso é essencial para o resgate de valores de cunho ético e para o fomento de uma cultura de paz”.
Na ocasião, a presidente da Comissão de Direito do Meio Ambiente da Ordem, Fábia Carvalho, defendeu que é necessário o respeito à população indígena, que preserva a natureza no dia a dia. “O modo de vida dessas comunidades tradicionais tem o princípio de integralidade e nós reconhecemos a importância dessa construção de pensamento na sociedade moderna”, disse.
Na palestra, o vice-presidente da OAB/SE, Inácio Krauss, afirmou que o evento, “além de fazer alusão ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, também fez parte das comemorações ao mês do advogado, um papel elementar na construção da efetivação diária da cidadania”.