Em Sergipe, o Dia do Advogado foi marcado pelo engrandecimento dos defensores jurídicos como clavas fortes da democracia e instrumentos imprescindíveis para assegurar a defesa diária dos interesses coletivos e individuais. Em um café ecológico, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Sergipe – OAB/SE, destacou o advogado como um atuante fundamental na simetria entre a preservação ao meio ambiente e o direito à vida, em todas as suas formas.
Na ocasião, além de reafirmar o compromisso histórico da entidade com as causas ambientais, o presidente da OAB/SE, Henri Clay Andrade, ressaltou a indispensabilidade do advogado à garantia do direito fundamental ao meio ambiente como extensão do direito à vida. “A história da advocacia tem simbiose com a cidadania. A nossa missão profissional é indispensável à administração da justiça e é estratégica e relevante para a manutenção da democracia”, disse.
Através de palestras e do plantio simbólico e histórico de mudas de pau-brasil e ipê amarelo na Praça Getúlio Vargas, endereço da sede da OAB/SE, o café ecológico teve os propósitos de celebrar a advocacia e despertar a consciência ecológica sobre o cuidado com o planeta. Para Henri Clay, o plantio na praça, marco de Aracaju e palco dos principais movimentos sociais do Estado, determinou ainda mais a conexão entre as histórias da advocacia, de Sergipe e do Brasil.
Em sua fala, a presidente da Comissão de Direito do Meio Ambiente da OAB/SE, Fábia Ribeiro Carvalho de Carvalho, afirmou que “a defesa do meio ambiente não é um problema somente de conscientização ambiental: é uma trincheira de combate diário”. “A preservação do meio ambiente não se trata apenas de levar menos tempo no banho. Trata-se de conhecer o real significado do desenvolvimento sustentável e de saber qual a ênfase desse desenvolvimento”.
No evento, a agroecóloga, Cleysiane Correia Araújo, colocou em debate a agroecologia como uma alternativa para os danos ambientais e abordou os efeitos deletérios dos modelos atuais de agricultura baseados no uso indiscriminado de agrotóxicos e no monocultivo de sementes transgênicas. “Esses fatores têm sido responsáveis por um conjunto de externalidades que levaram a crise socioambiental sem precedentes na história da humanidade”, defendeu.
Em seguida, o agroecólogo, Thiago Péricles Pereira, colocou em discussão a isenção de tributos sobre os agrotóxicos, sob o aspecto do aumento da produção x os riscos à saúde e ao meio ambiente, e questionou a produção de alimentos para uma população ainda com fome, a economia do país centrada na produção de commodities; e a necessidade de garantir a tanto a preservação do meio ambiente e quanto a segurança alimentar para a população.
Presente ao ato, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, elogiou a atuação da OAB/SE e relembrou o envolvimento da Ordem nas causas ambientais. “A Ordem sempre me trouxe coisas felizes, mas essa gestão realmente me surpreende. Estamos felizes, na condição de um órgão do meio ambiente, em ver essa atuação. Esse é um ato que tem uma simbologia fantástica. Plantar árvore é plantar vida e isso haverá de produzir muitos frutos”.
No evento, o poeta, Paulo Rodrigues Alves, declamou poemas voltados à preservação do meio ambiente. Para a presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, Vara Lúcia Silva Cardoso, “o ato demonstra que o meio ambiente está sendo visto como prioridade”. Além de representantes da OAB/SE e da sociedade, o evento contou com a presença de estudantes do Colégio Estadual Vitória de Santa Maria.